Pesquisa afirma que críticas ao Bolsa-Família são “preconceito contra o coronelismo”


Coronel das antigas dava cesta básica e dentadura em troca de votoO IPEIA – Instituto de Pederastia, Estudo, Inclusão e Afins,  divulgou na tarde de hoje com exclusividade aos principais bloguistas progresseiros do país pesquisa segundo a qual “o Bolsa-Família é o maior sucesso da história da humanidade” e que as críticas feitas a ele não passam de “preconceito das elites e da mídia golpista contra o coronelismo”.

Segundo a pesquisa, a política de compra de votos mediante a concessão de favores clientelistas e de benefícios materiais e financeiros – característica do coronelismo – deve ser repensada, em uma ótica holística e multidisciplinar. “O voto de cabresto é um avanço importante para a cidadania”, afirmou a estudiosa. “Antes, o pobre não se interessava por política. Com o Bolsa-Família, ele vai se interessar em vender seu voto, sabendo mesmo em quem vai votar”, explicou. O documento diz também que”Antes, as pessoas recebiam uma cestinha básica e uma dentadura para votar no candidato A ou B; agora o governo federal eliminou o intermediário. É uma verdadeira revolução”, explicou. 

A pesquisa entrevistou cerca de cinquenta milhões pessoas na cidade de Lapão Roliço, e em mais duas cidades de nome não revelado na divisa do Piauí com Rondônia.

O estudo constatou a satisfação das pessoas por terem virado estadodependentes.  Seu Juremir Coriolano, por exemplo, disse estar muito contente porque, com os 200 reais que recebe do governo, não vai mais precisar trabalhar na roça. Além disso, vai poder trocar a camisa de candidato  a vereador que usa há vinte anos por outra nova, que ele vai pintar com uma estrela vermelha. Já Dona Nalvinha de Jesus disse que vai deixar de lavar para fora e viver de renda, com a qual vai sustentar dezoito filhos, quinze netos, dez bisnetos e três agregados. “Trabalhar pra quê? Nóis é pobre pruquê Deus quer e u guvernu ajuda”, afirmou.

Outros acadêmicos progressistas, porém, mostram-se mais céticos quanto ao sucesso do programa. A catedrática de Filosofia da USP Marilena Chuí disse temer que as pessoas deixem de ser pobres e virem classe média. “É que eu odeio a classe média!”, gritou a professora.

Esse risco, entretanto, é infundado, segundo a pesquisa.

O documento também diz que “Acima de tudo, há uma mudança de paradigma. É preciso acabar com esse preconceito contra o coronelismo. Este, aliás, é uma manifestação importante da cultura brasileira, que deve ser preservada, como o Bumba-meu-Boi e o Maracatu. Vejam os livros de Jorge Amado e de Graciliano Ramos, por exemplo. Sem pobreza e sem coronelismo, não há cultura”..

Em Brasília, políticos progressistas que integram a base do governo, entre os quais Fernando Collor, o companheiro Paulo Maluf, José Sarney e Renan Calheiros comemoraram o resultado do estudo.

* Enviado por Gustavo Bezerra e ligeiramente modificada por Joselito Müller

6 thoughts on “Pesquisa afirma que críticas ao Bolsa-Família são “preconceito contra o coronelismo”

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  1. Não se esqueça que “Nunca antes na História deste país” o coronelismo foi reconstruído de modo a se adaptar à luta das classes menos favorecidas, em sua luta eterna contra as classes opressoras. Já Dilma, empolgada com a política do “new coronelism”, discursou, dizendo que “eu respeito muito as pessoas que se beneficiam do coronelismo, assim como eu respeito o ET de Varginha, mesmo nunca o vi, mas as pessoas que eu conheço daqui, ou já o viram, ou conhecem alguém que o viu; assim como as crianças, que no seu dia é também o dia das mães, dos pais, dos professores, bem como da figura oculta do cachorro atrás. Até porque, neste caso, temos de falar na virtuosidade dos homens, mesmo que não possamos exigir a virtude da humanidade, já que ela não é virtuosa, e os homens e as mulheres são falhos.
    Prometo que se for eleita, na nova prática do coronelismo, iremos ajudar os necessitados da seca com botes de salvamento infláveis feitos de fibra ótica, e etc, etc, etc…”

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  2. Joselito,
    Eu, por experiência própria. também prefirto o coronelismo a generalidades.
    Tenho um vizinho que é general e o cara é o maior chato do condomínio. É contra crianças jogando bola nos corredores, contra a lavagem de carro com guerra dágua entre os vizinhos, reclama do barulho dos nossos pagodes de sexta, sábado e domingo à noite. Enfim, as generalidades desse vizinho já estão esgotando a paciência dos moradores do nosso prédio.
    Pelo menos para nós,.seria muito mais interessante ter um coronel como vizinhao. Dessescoronéis mencionados no teu texto. Esses são bonzinhos, né?

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  3. Se a Dilma ganhar, a dentadura ganha mais um dente. Na próxima eleição, se o candidato do PT ganhar, a dentadura vai ganhar mais outro dente a assim por diante. Desta forma o PT e esquerdas se perpetuam no poder, pelo menos até a dentadura ficar completa, mas aí já terão inventado outra coisa.

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  4. É o coronelismo de esquerda. A oligarquia progressista, senão vejamos:

    O Acre é basicamente uma fazenda da família Vianna;

    Ceará, manda quem é Gomes obedece quem tem juízo;

    Pernanbuco, família Arraes impregnou-se no estado de forma ímpar;

    Amapa é basicamente uma capitania hereditária da família Capeberibe (PSB);

    Rio de Janeiro não é bem a clássica esquerda-aborteira, mas uma esquerda-mensaleira com a família Garotinho.

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  5. Coronel – Segundo informações obtidas, em 1947, de um cidadão remanescente dos áureos tempos da borracha, desde o final do século XIX até o início da segunda década do século XX, quando foi extinta pelo presidente Hermes da Fonseca, a Guarda Nacional passou a criar cargos supranumerários com o barateamento das patentes de sua hierarquia militar.
    Nesta mesma época, a borracha era exportada para os Estados Unidos da América e Europa por altos preços, transformando os seringalistas da Amazônia em novos ricos que, por vaidade, prestígio político ou interesse de gozar das regalias e imunidades inerentes ao cargo, compravam a muito cobiçada patente de coronel com a qual antecipavam o primeiro nome: Coronel Fulano de Tal.
    Tal foi o número de coronéis existentes nos seringais amazônicos que a patente militar passou a ser sinônimo de seringalista. Para diferençar, ou por zombaria, os coronéis seringalistas passaram a ser chamados de coronel de barranco.

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