Após polêmica do “rei do camarote”, só beneficiários do Bolsa Família poderão ostentar

Visto por mais de três milhões de pessoas, o vídeo do chamado “rei do camarote” tem provocado polêmica nas redes sociais e na imprensa Brasil a fora.

Veja o vídeo. 

O colunista da Folha de São Paulo, Gilberto Dimenstein, escreveu em sua coluna do dia 05 o seguinte: “A desigualdade e a futilidade não são obviamente novas em parte da elite brasileira -está aí o exemplo mais recente de Eike Batista, com seu carro decorando a sala de estar.

O que é novo é a redução da tolerância para esse tipo de personagem e atitude, que desrespeita, na sua ostentação, uma nação que vai cada vez mais para as ruas para denunciar e exigir melhor condição de vida, das escolas, passando pelos postos de saúde, até o transporte público”.

Leia na íntegra o artigo de Dimenstein.  

Segundo Emir Sader, “Dimenstein tem razão em seu artigo, pois todo mundo sabe que quando um cara é rico, é pelo fato de ter tirado de outros, mais pobres, a riqueza. Do mesmo modo, a saúde e educação públicas estão ruins graças aos ricos”.

Em razão da polêmica que o vídeo causou, alguns estudiosos avaliam a possibilidade de enviar ao Congresso Nacional proposta tipificando ostentação como crime a ser punido com pena de reclusão de 20 a 30 anos. (Confira a justificativa do projeto)

Outra postura, no entanto, foi a do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, diante do caso, que baixou decreto publicado no Diário da União de hoje, no qual determina que “doravante somente beneficiários do programa Bolsa Família poderão ostentar”.

A medida, segundo o ministro, “tem por objetivo evitar essas demonstrações de ostentação por burgueses que açambarcam dinheiro extraindo mais-valia de seus funcionários. Ao permitir, no entanto, que beneficiários do Bolsa Família ostentem, estaremos demonstrando a fase de prosperidade que as classes mais pobres vivem hoje no Brasil”.

Mantega explicou à nossa reportagem que as ações de ostentação poderão ser as seguintes: ouvir funk ostentação no celular parcelado em 12 vezes; Comprar calças de R$ 300,00 para a filha adolescente entre outras.